LEOPARDO DOM

Espaço reservado a tutoriais e poemas eróticos com a temática do Bdsm

sábado, 3 de dezembro de 2016

DILEMAS

É um acontecimento, não raro perturbador, numa sociedade que combate o machismo, uma mulher descobrir sua inclinação ao masoquismo, à submissão.

Quando essas coisas lhe tocam a alma, o ser e o corpo, quão estranho ela deve se sentir... Muitas enlouquece, dizem.

Em que contexto tais descobertas ocorrem? É difícil determinar, mas, muitas vezes, é por acaso. Por mais que transem (com seu homens) não alçam a realização plena. Algumas contam que assistindo um filme ou lendo algum conto, revistas de perversão masoquista etc. que se deram conta do quanto aquilo mexia com elas, independente de sexo.

Na verdade, muitas não sabem dizer e tem receio de reconhecer esse desejo obscuro. Pois, para muitas é pacado. E como pecado não deve ser alimentado,  logo, não devem dá vazão tais desejos. Acham imoral, "coisa de mulher suja", é se sentem culpadas, principalmente, quando já são mães ou casadas, por tais pensamentos e desejos.

Portanto, qual espelho não viu as lágrimas escorrendo nos rostos dessas mulheres jovens, maduras, muitas das quais, independentes financeiramente, quando a dolorosa verdade a desperta num mar de desejos proibidos (perversão e libertinagem)?

Seus espelhos também foram testemunhas oculares e cúmplices silenciosos dos suplícios que essas mulheres se impõem com torturas sexuais e dos organismos vulcânicos, e, depois do gozo, seus choros entre soluços de vergonha e arrependimentos por terem cedido ao proibido.

Essas mulheres vivem seus traumas em silêncio, no anonimato da solidão, frente ao desejo e o orgasmo. Se auto condenaram e aplicação a si mesma punições diversas para aplacar a agonia interior.

Contudo, apesar desse desespero, elas querem ser puta, vadia, vagabunda, cadela, vaca, etc. E estão por aí em cada sala, nas esquinas, no emprego....pelo mundo afora procurando respostas na psicologia cristã-judaica, com seus preconceitos culturais.

De repente, surge uma estranha e desconhecida solução. O BDSM. Como uma filosofia de vida, quebrando tabus e conceitos moralistas retroalimentando e valorizando o conceito de Dominação e Submissão consentida.

Essas mulheres diante dessa grande descoberta, mergulham num universo de autoconhecimento, aos poucos vai descobrindo que nasceram para ser peça, objeto, renunciando seu prazer para se abrigar no prazer daquele que dele será posse e possuída.

E como filosofia de vida, o BDSM deixa claro que é possível ser feliz dentro daquilo que nos faz bem existencialmente, ainda que ofenda a moral de uma sociedade fingida, desde que cada um se aceite plenamente. Ainda que tudo tenha que ser vivenciado na obscuridade.

L🐅D
Leopardo Dom

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