LEOPARDO DOM

Espaço reservado a tutoriais e poemas eróticos com a temática do Bdsm

quarta-feira, 29 de junho de 2016

CONTRÁRIO



Tu és o silêncio
Que me agoniza
Tu és a tempestade
Que me acalma
Tu és a estrada
Que me aprisiona
Tu és a prisão
Que me liberta
Tu és a abelha
Que me envenena
Tu és o doce
Que sou proibido de comer
Entre os contrários
Somos os opostos
Entre a verdade
Proibidos

Leopardo Dom

VENENOSA



Cinica,
Não se atreva
Rir na minha cara
Se a dor não te ensina
A chorar

Teu ciúme
Vai te enlouquecer
Não me traga sua lógica

Vou partir
Sua picada pode ser mortal
Estás cega e peçonhenta
Obcecada

Antes de ir vou te tatuar
Marcas psicológicas
Não desbotam
Doem mais que pisada na cara
Você não tem cura, só frescura

Não quero uma cobra
Sub-baú é como jiboia
Abraça para martar

L🐅D
Leopardo Dom

segunda-feira, 27 de junho de 2016

HUMILHADA



Meus sapatos estão sujos
Quero-os bem limpos
Comece limpando agora
Os solados encardidos
Use sua língua para lubrificar

Acabei de vim do sanitário
Venha me limpar
Por favor não quero esperar
Deixe tudo bem limpinho
Para depois lamber

Abra bem a tua boca
Vou nela escarrar
Beba esse líquido
Sem qualquer nojo

Meu nariz está sujo
Passe tua língua
Para também limpar

Hoje é dia de humilhação
Não adianta se queixar
São dessas coisas que admiro
Na beleza da submissão

Leopardo Dom

PUTA FLOR



Uma menina
Desde adolescente
Seu corpo já chamava atenção
Fingia indocilidade
Com os meninos de sua idade

Com sua singela habilidade
Enganava suas colegas e irmãs
Todas pensavam ser comportada

Seus pais a tinham como boa moça
Admirada era muito elogiada
Pelas moças de sua cidade

Todavia, o que ninguém sabia
Nem poderia desconfiar
Que na flor da idade já fudia

O primeiro foi com amigo da família
Ele lhe ofereceu um pirulito
Em troca de um demorado boquete
Ela o fez com muita maestria

Devida a sua destreza
Por alguns trocados
O cuzinho dela ele fudia
Brincavam de filhinha e papai
Era engraçada e dengozinha

A medida que foi crescendo
Até na escolha foi aprendendo
Que poderia passar de ano
Sendo generosa com o professor

O tempo foi passando
E passou a ser bastante requisitada
Como profissional treiner dos rapazes
Ganhando uma grana extra
Nas madrugadas quando fudia

Até com um policial se envolveu
Para ser liberada de uma multa
Sem qualquer constrangimento
Abocanhou o capacete de grossa envergadura

Engraçadinha e safada
Uma famosa descarada
Que fingindo ser uma santa
Até o padre a comeu
Com a promessa de tira-lhe o pecado

L🐅D
Leopardo Dom

FEITICERA



Personalidade esta mulher
Que delicadeza floral
Nela a leveza de seus gestos
De hipnótica sensualidade
Nos transporta para onde ela quer
Tudo nela é harmonizado
Os seus lábios de framboesa
Seus olhos produzem luzes multicor
Suas mãos simetria perfeita
Sobre esta fêmea nada sei
Dizem até que é exímia bruxa
Mas, as má línguas dizem-na
Uma puta feiticeira

Leopardo Dom 

DESAFIOS



Sem asas e sem destino
Se deixou ser conduzida
Vencendo o todo poderoso medo
A entrega e a renúncia
Eram os seus maiores desafios

Acordou sonolenta
Vegetativa caminhou
Saiu nua porta fora
Parecia não está em si
Caminhou longamente
A passos largos, talvez

A noite era gelada
As folhagens úmidas
Tocava sua pele
Por onde passava
Sua sensualidade
Não era vista
Nem pelas plantas

Percevejos, vagalume
Águias e morcegos
Eram os únicos a segui-la
Ela caminhou indiferente
Parecia atrasada para o ritual
Apenas guiada pela voz interior

Ao chegar num penhasco
Sem qualquer resistência
Se lançou no precipício
Sob si dormia a floresta tropical

Como se estivesse num sonho
Foi conduzida calmamente
À morada das borboletas
Ao chegar ajoelhou-se
Em sinal de servidão
Sendo então acasalada
                                                     L🐅D
Leopardo Dom

domingo, 26 de junho de 2016

CUZEIRO (DESBOCADO)



Botão enigmático
Doce misterioso
Azedinho como umbu?
Estimado cuzeiro
Monossílabo tônico

Guerreiros incautos disputam
Homens brutos o querem
Religiosos o condenam ao inferno

Cu broto solitário
Vive escondido
Muito desejado
Vez em quando o expulsam do "armário"
Para ser lambido, chupado
Fudido

Cu pérola de rara beleza
Requer delicadeza, muita
Para usar sem danos
Por um singelo pianista

Cu bem preparado
É um excelente prato
De suculenta rabada
Para comer em demasia

Cu joia magnética
Para uns sagrados
Atraí até profetas
Com admirada deferência
Para suas profundezas

Homens que se matam
Para ele possuir
Cu de jovens adultos
Por algumas pratas
Se encontra de graça

Cu de mulher
Tem belas pregas
Alguns como botões rosados
Outros da cor do cravo

Tem quem pague fortuna
Pelo preciso tesouro
Oráculo divino da sorte
Enriquece as belas damas

Os felizardos ganham
Sem elas nada cobrar
Prestigioso bocado
Orifício estimado

Nem sempre virgem
Nem sempre descarado
Muitos são tímidos
Outros são cus assanhados

L🐅D
Leopardo Dom

sábado, 25 de junho de 2016

A MORTE



O grito morte
Meu peito sufoca
Abre-se a boca, tormenta
Fecha-se a porta dos sonhos

Teus olhares esbugalhados
Envenenando minha fome
Roubara as asas da gaivota
Eu não  sabia
Era proibido voar

Sou morte por ter nascido
Nas entranhas dos morros
Na floresta tropical selvagem
Entre geadas e tempestades
De onde nunca sair

L🐅D
Leopardo Dom

BELA FERA



Quem és tu, a bela ou a fera?
Se és bela qual mistério a guia
Se és fera não morda a bela

Tua sensualidade selvagem
Tua pele sem maquiagem
É a prova que não podes esconder
Há uma mulher felina dentro de ti
Seus olhos de onça pintada
Confundi com teu esmalte colorido

A fera no mato não foge de ti
Nem receia que tomes seu lugar
Ela se projeta em teu caminhar
É a exata comunhão
Entre a beleza e a selvageria

Leopardo Dom

RITUALÍSTICA



Como Mestre vou mostrar seu caminho
Quero percorrer contigo, vencer
Como teu guia quero que cruzes o infinito
Até perderes no abismo do teu limite
Como teu protetor não farei promessas
Pois, sou a tua proteção
E se um dia me quiseres
Vou arrebatar teu ser virgem
E plantar sementes em sua alma
Qual planta nascerá?
Nao tenhas pressa em desvendar
O tempo espera que vivas
Intensamente sua submissão
E se for preciso que um dom te faça aflorar
Entrega-o tua razão para ele te moldar

L🐅D
Leopardo Dom

DESOBEDIÊNCIA TOLA



Venha aqui agora, vagabunda
Não olhe para mim, vaca vadia
Você não passa de uma vil
Suas tetas imensas vou ordenhar

Hoje não quero ouvir nada de ti
Nem um gemido sequer ouse
Quanto mais tente gritar
Não terá como fugir da punição

Esperei por todos esses dias
Acumulei paciência observando
Você reiterando suas malcriacões
Envenenando nossa relação
Quem a mim engana paga
Esse é o preço a cobrar de ti

As brasas do fogareiro acesso
Vão te ensinar que submissão
Não é um capricho de momento
Nem segue o ritmo de sua conveniência

Estranho seria me submeter
A arrogância desvairada da sub
BDSM não romantismo nem frescura
Engana-se se pensas assim
E quem assim comporta-se como você
Não são poucos os dominadores tolos
Forjados em bares e esquinas

Você rasgou nosso contrato
Esqueceu-se do que negociou?
Sobre ti me deu plena liberdade
Agora vou mostrar o que significa
Um dominador que não se curva, coitadinha

L🐅D
Leopardo Dom

ENCENAÇÃO



Vagabunda, que pensas de mim?
Que terei piedade por sofrer?
Não engane-se isso aqui não é brincadeira
Nem uma cortesia do garçom

O sadismo não é um brinquedo
Nem sessão é parque de diversão
Então, não venha com esse choro
Se estava me testando enganou-se
Não sou padre nem juiz
Nem aprecio jogo de gato e rato

Ai de ti desobedecer ou correr
Ai de ti comigo competir
Enquanto você chorar vou sorrir

A bofetada é para não esquecer
Não brinco de comando e controle
Quem gosta de filme vai ao cinema
Aqui judiação não é para dublê

Não me venha com essa cartilha
Do bom mocinho dominador
Que leva flores e bombons
Para fuder o cu da mocinha sub

L🐅D
Leopardo Dom

quarta-feira, 22 de junho de 2016

ENIGMA DA INICIAÇÃO



De que é feito teu olhar?
Não responda ainda
Se não tiveres pronta
A verdade pode te ferir

Se não podes revelar quem és
Tua sede não é dona do teu destino
Podes atravessar o rio, sozinha?
O oceano é infinito e perigoso

Se ainda não sabes, escuta
O girassol não contém espinhos
Nem teus olhos brilham como sol
Então, venha venerar o Tempo
Senhor das estradas e das pontes,
Que conheçe tua essência
Tua história fetichistas não convence

Se és Domme venha dominar
Terás o mundo ao seus pés
Se és submissa não precisas temer
Não corras contra os ventos
As tempestades devem vir dos céus

É tempo de você se conhecer
Mas, não apresses seus passos
Toda caminhada para a iniciante
É cheia de novidades desconhecidas
Que podem deslumbrar e cegar
Caminhe, faça da vitoria promessa e chegada

L🐅D
Leopardo Dom


PISQUÊ SUBMISSA



Os anos passados
Deixaram marcas
Cicatrizes em minha face

Nunca fui livre, nem no útero
Germinei numa barriga carente
Viciada em solidão

Nem os médicos sorriram
Encoleiraram meu braço
Receavam que raptassem
Ou me sequestrassem, não sei

Cresci prisioneira num berçário
Bonecos malvados eram meus amigos
Ensinaram-me a sempre a obedecer
Sim Senhor, não Senhora era o lema

Hoje apesar de crescida, estudada
Trabalhei para ter autonomia
Até para ter liberdade fui ensinada

Quase enlouqueci quando me deixaram partir
Não sei andar com meus pés
Ser livre com meus pensamentos

Não cheguei aqui sozinha
Sempre fui atraída pelas sombras
Ouço vozes que me guiam
É o passado enraizado, presente

É difícil aceitar a verdade
Sou submissa psicologicamente
E sou muito feliz, mesmo assim
Não duvidem do que tenho para dizer

A submissão psicológica
Me domina e me liberta
Me guia e me aprisiona
Me realiza e me
Completa
Sou filha do passado
Retratos do que sou, presente

L🐅D
Leopardo Dom

A ROSA



Meu coração sangra
Atingido por espinhos
da Rosa que morreu

A perda querida
É um desastre
De grande proporção
Que sobre mim se abate

Oh, Senhor
Porque permitiu
Que ela tenha partido?
Esse parto de dor
A me machucar

Apenas deixou-me
Um mar de saudades
Nessa tristeza
Resta-me lembranças

Vou então dormir
E quando acordar
Renova-me por favor
Receio a solidão
Do que não se pode salvar

Vou seguir pela estrada
Em memória respeitar
A decisão do Tempo
De ter separado-me
Do meu ente querido
                                                    L🐅D
Leopardo Dom

ALUCINAÇÃO



Estou demasiadamente
deslumbrada,
As cordas em meu pescoço podiam matar
Não tive medo, era uma outra coisa
Quando ele torturou-me vi ser real
Pecados e crimes para quem entende
Sentia-me outra coisa ser abusada, realizada

Não era apenas consentimento
Não era apenas meus desejos
Não era um jogo de regras pré-acordadas
Era uma outra coisa sem julgamento
Nem tampouco cabe censura irônica

Quem vai me julgar por ter escolhido?
Quem vai me incriminar por me expor?
Nunca assassinei ninguém
Nem nunca comunguei
Assim como a hóstia é Santa
A orgia é sagrada, salvação

Sei que não dá para esquecer
A crucificação a mais de 2000 anos
Mas, ainda condenam-me pelos pecados
Que nunca cometi
Acusam-me de crimes capitais
Só porque sou descendente das mulheres de Sodoma

A verdade é que não é a submissão
Que nos degradam
Nem viola nossos direitos sagrados
Quem violenta nossa humanidade
São os inquisidores moralistas
Senhores da modernidade
Machistas religiosos judaicos cristãos
Travestidos de bondade

L🐅D

domingo, 19 de junho de 2016

INICIANTE APRENDIZ



Me tomas por uma leoa
Mas, sou apenas uma abelha
Me tomas por uma bruta
Não vê minha delicadeza?
Me tomas por uma covarde
Negas minha sinceridade
Me tomas por uma viciada
Por não poder viver sem você

Quem és tu para me julgar...
Se tens medo de me conduzir?
Conhecimento pode ser adquirido
Mas, o dominador nasce como um Samurai
É feito de espírito vivo, arrebata
E como um diamante bruto
Deverá ser moldado pelo tempo
Para bem conduzir sua espada...

Não sabes quem sou...?
Sou o teu medo de fraquejar
Sou tua dúvida de acertar...
Sou tua fraqueza em se aceitar
Sou a determinação na sua incerteza
Sou fogo na sua frieza
Sou mulher, filha e mãe
Sou mulher filha da submissão
Sou mulher mãe das minhas escolhas
Sou o nada que te completa
Sou a espada aguardando
Para servi ao teu Senhor

L🐅D
Leopardo Dom

TUAS CURVAS



Teu corpo lírico
Flauta de harmoniosa
Simplicidade nota musical
Soar em cumplicidade celeste
Despertando minha volúpia ti
Tua pele de serena vivência
Flores de delicadezas de ti
Como noites entre chuvas
Embriagando meus pensamentos
Entoando lembranças perdidas
De sua voz quente

L🐅D
Leopardo Dom

CADELA-FELINA



Não sei se és cadela
Ou apenas brat felina
Em busca de seu lugar
Em tal postura
Teu corpo é exatamente
Indecifrável
Cadela ou felina?

Mas, com a sutileza
De um Mestre
Vou te adestrar
Teu ser e a alma moldar
Tenho a exata medida
Do que quero

A régua e o lápis
Para te redesenhar
O compasso
Para as curvas exatas
Te farei dócil
Como o cão ao seu dono

Quero toda sua essência
Em minhas mãos controlar
Quando estiveres toda tomada
Em meus pés submissa

Leopardo Dom

A SETA



A seta
Que flecha
O ponto
No mundo
Que atinge
O corpo
Moribundo
Ascendeu
A chama
Do desejo
Pervertido
Atingindo
A maçã
Da moça, virgem
Que teve vertigem

L🐅D
Leopardo Dom

PRISÃO DA SOLIDÃO



Que loucura, suas mãos
Que quentura, sua boca
Que doçura, seu afago
Quando beijava devassidão
Teu colo era o meu chão
Teus abraços meu reinado

Na primavera flores recebia
No verão uma porção de amor
No outono me despia
No inverno me aquecia

Fez ontem um ano que sumiu
Foi embora sem nada escrever
Nem mesmo a palavra fim disse
Apenas deixou-me o retrato

A um ano não consigo dormir
Inventei uma prisão solitária
Coloquei-o acorrentado dentro de mim
Já não pode fugir nem ir embora
L🐅D
Leopardo Dom




DOMESTICAÇÃO



Tuas mãos firmes
Torturavam-me sem pausa
Sem qualquer hesitação

Um nó na garganta
Por não poder falar
Muda em cada sessão

Eis minha condição
Quando dia e noite judiada
Não havia dó nem pena

Numa gaiola como cadela
Era posta amarrada, vedada
No jardim da casa grande

Nas noites que chovia
Permanecia entre frio molhada
Só no amanhecer era cuidada

Cada gesto cruel do meu Senhor
Dobrava-me por inteira
Meu ser de rebeldias brat

Não era mais uma adolescente
Mais cresci tão mimada, protegida
Que não vi quando tornei-me mulher

Foi assim que encontrei-me
Servindo sem ressalvas ao meu Dono
Acolhida sob seus enormes pés

L🐅D
Leopardo Dom

SEMIDEUSES



Podemos, tudo
Não estranhe
Podemos milagres
Cavalgar por tua mente
Habitar tuas entranhas
Doutrinar teu ser

Plantar loucuras
Rastejarem por nós
Ainda que pareça fraqueza
É uma ideia matriz
Arrebatadora

Podemos chuvas
Vos acorrentar nos rochedos
Entre as trevas das montanhas
Vos abandonar
Até que o sol em teus olhos grite

Podemos o mundo
De sua alma dominar
Chamaras de loucura ou amor
É o nosso poder desmedido
Em você fazendo abrigo

Como Cleópatra somos
Como Afrodite inventamos
Como Júpiter raios e trovões
Somos semideuses
Fração de um todo maior
Destinados a tua obediência

Rituais litúrgicos
Fazem parte da tua devoção
A linguagem do teu coração
São elos na tua entrega
Não os quebrem
Nos ferirá de morte
Não somos deuses
Que tudo pode suportar

Leopardo Dom

segunda-feira, 13 de junho de 2016

OLHOS SILENCIOSOS



Que mistério
É o olhar
Atrevido em pousa
Que mistério doce
Teus lábios ousados
Que mistério
Entre curvas
Cabelos ruivos

Se menina
Também não sei
Ainda que sempre
Seja como lança
Teu olhar em chama

Quem tem medo
De morder
Teus lábios
Nem sempre pondera
O quanto desejas

Se são teus mistérios
Quem vai decifra-te
Antes de ser devorado
Pelo teu silêncio?

O vinho que sangra
Do teu olhar
Não se encontra na taberna
Por isso, muitos estão com sede
Seja generosa
Uma gota basta para escraviza-los

L🐅D
Leopardo Dom

A BORBOLETA E A ESPERANÇA



Dia longo, quase sumi
Não foi esquecimento
Nem sempre foi possível
Controlar a ventania
Advinda do pensamento

Procurei entre as estantes
Só encontrei livros solitários
Prisioneiros daquele armário frio

Alguns já tinham lidos
As páginas marcadas de bolô
Denunciavam o abandono
Outros nunca lidos surpresos
Sorriam incrédulos ao me verem

Saudade não havia
Estavam mudos
Desconfiados
Todos maiores de idade
Órfãos da falta de tempo
Abandonados pelo seu dono
Já não tinham a quem servi

Quase chorando sentei-me
Sobre o assoalho envernizado
Folheando as páginas brancas
Atônito, descobrir que não haviam letras
Foram embora para bem longe

Foi o que me dissera a borboleta
Antes de fugir com a esperança
As únicas figuras que restavam
Entre aquelas páginas desérticas
Num passe de mágica
Entre um malgrado descuido voaram
Cantando e celebrando "bem-te-vi"...
Nunca mais voltaram

L🐅D
Leopardo Dom

quinta-feira, 9 de junho de 2016

CHUPETA



Meu bebê
Que linda
É sua chupeta
Lilás amarela
Posso chupar?

Nesse belo
Manequim vermelho
Que tu vestes
Essa nova moda vai pegar

Fará muito sucesso
Será por todos seguida
Sua fama logo vai voar
Sem fronteira

Dirão:
Vem bebê
Abre as pernas
Quero ver
Sua bucetinha
Escancarada
Para melhor apreciar

Deixa chupar
Essa tua chupeta
Quentinha
Senão papa
Vai chorar

Mas, as meninas
Dirão mentiras
Temperadas de ciúmes
Por não terem chupeta
E não serem manequins

L🐅D
Leopardo Dom

SURPRESA?



Nem sente
Senhora
Me diga
Que sente
Delicadeza
Talvez seja pecado
Mas, não fico muda
Sua malvadeza
E te faço essa queixa
Quem sente
Senhora
E agora
Por favor me diga
Bendita ( bandida)
Sobre a dor

L🐅D
Leopardo Dom

INOCENTE



Miau Miau
Falou minha sapeca
Xoxotinha Miau
Chamando por você
Está esfomeada, carente

Cuidado Senhor
As vezes ela arranha
Como uma aranha
 tece líquido venenoso

Xoxotinha Miau
É uma bela flor rara
E como uma abelha
Produz misterioso mel
Gosmento e salgado
Venha experimentar

Xoxotinha Miau
É fada que encanta
Sua porção mágica
Para uns trás sorte,
Embriaga...
Para outros muito azar...
E mata...

Miau miau, miau
Quer mais...

L🐅D
Leopardo Dom

domingo, 5 de junho de 2016

CANE SELVAGEM



Bata-me Senhor
Na minha cara atrevida
Tortura-me Senhor
Com a chibata comprida
Pisa-me Senhor
Com suas botas sujas

O cipó cru do mato
Rasgou o vento
Fazendo zummmm
Num golpe certeiro

Como faca feriu-me
As nádegas nuas
E as costas seminuas
Doeu-me as entranhas

Calei-me amordaçada
Pela cipoada ferina
Já não atrevia-me
A dizer mais nada

Não eram feitas de silêncio
As manchas tatuadas
Eram marcas de fogo
Daquelas mãos pesadas

Seus dedos longos
Enforcava-me o pescoço
Seus olhos dilatados
Sufocavam-me de medo
Bateu até a cane não resistir

L🐅D
Leopardo Dom

DONO DOS VENTOS



Donos dos ventos
Produzem ventanias
Criam as tempestades

Donos das mentiras
Oferecem sonhos
Mas entregam pesadelos

Quem são seus donos?
Se são promessas
Jamais serão verdadeiros

Donos feitos de trapaças
Ferem para lubridiar
As submissas crentes

Ser submissa não é matar
A esperança que mora em ti
Por ter sido enganada
Pelos estúpidos senhores

Não deixe que aquele ladrão
Roube teus sonhos à submissão
Não permita que trace seu destino
 E te coloque na contramão de sua essência

Mate-o onde quer que vá
Siga seu caminho sem arrependimento
Se por um momento tiveres lembranças
É sinal que está bem viva e longe

Se és submissa a verdade
É a sua cúmplice e companheira
Se ele é dominador a verdade
Ensina a todos quem é o Senhor

Cada um colhe aquilo que semeia
Quem não cuida do vento
Pode colher tempestade
Quem planta mentira
Aprende com a verdade

L🐅D
Leopardo Dom

A QUEM PERTENCES?



Me sirva
Me sirva
É silêncio
O fogo
Quando queima
É Chama
Me chama
Me chama
É o grito
A fala
Quando geme
Me rasga
Me rasga
É veneno
O desejo
Quando insaciado
Me siga
Me siga
É estrada
O vento
Quando ventania
Me leva
Me leva
A quem pertences
Me confessa
Mesmo não sendo
Minha
Sangras

L🐅D
Leopardo Dom

sexta-feira, 3 de junho de 2016

FIREPLAY



Desde criança me seduzia
Brincar de fogo me desafiava
Ver as chamas amareladas
Avermelhadas entre meus dedos
Sempre me causou hipnose

Uma certa vez quase me queimei
Mas, ao contrário do esperado
Nunca fugia do fogo
Tão belo era ver a chama queimar

Cresci inventando loucuras
Álcool jogava na pele nua
Para com isqueiro atear fogo
E imediatamente jogava água

Repreendida e censurada
Minha madrasta me aterrorrizava
Ao descobrir que com a brincadeira
Muito me excitava e gozava, apanhei

O Senhor Tempo de todos nós
Num estranho amanhecer chuvoso
Me apresentou aquele que seria Dono do meu ser

De forma arrebatadora fez desabrochar
O meu fogo esquecido
Me convencendo que era normal
Me abriu as portas do BDSM
Entrei...a cada segredo revelado
Ia me sentido plenamente de vida

Entre as diversidades de suas práticas
Me identifiquei com o Firepley
Me sentir uma orquídea desabrochando
Intensamente estudei, dominei

Mas, foi numa sessão de batismo
Que definitivamente tive certeza
De quem era e o que queria
Eu era um ser vivo incompleta
As etapas do fogo as transformações
Pela quais passei, passo e passarei
Logo, Meu Dono era o fogo a mim dominar

L🐅D
Leopardo Dom

NADEGAS



Belas entre as pernas
Majestosa às costas
Do seu caminhar
Oh, nossa querida

As empinadas curvas tua
São caprichosos montes
Que quem avista ao longe
Quer logo explorar

Fazem até excursões
Planejam as escondidas
Uma forma de ocupar
Esse inexplorado lugar

Cavalgam incertos
Noites e dias sem parar
Suportam sede e fome
Se alimentam com a miragem

Do tesouro encontrar
Sabem até que há
Entre os dois montes
Uma profunda gruta
Que reza a lenda
Milagrosa, mas, desconhecida

Os desbravadores destemidos
Seguindo seus instintos
Levaram consigo alguns
Correntes, grampos enormes
Grandes mastros com a bandeira
Arames fardados para a cerca
Demarcar as preciosas descobertas

Chegaram em silêncio
Não houve nenhuma resistência
Dos cinco homens apenas um restou
Como senhor absoluto
Dos belos e abundantes montes

L🐅D
Leopardo Dom

VERDADE ESCONDIDA



Não há nada em mim
Meu ser profano
Em delírios mente
Sobre meu passado de judiação
Me esbofeta distinto Senhor
Se não sabes o que mereço
Dei-me licença
Para te confessar
Toda minha santidade
Este meu corpo
Quando criança amolestado
Quando casado insarciado
Com a decência do marido meu
Não suportando
As fantasias dos filmes de submissão
Me entreguei aos pés do Sr. vizinho
Que na primeira noite me humilhou
Na segunda noite me castigou
Na terceira noite em romaria me bateu
Na sexta-feira me marcou
Fui tatuada com a sua serpente
Uma grande jiboia diferente...
Es-me aqui nesta entrega
Não tenho mais nada a esconder
Nem vergonha do sou
Nem mesmo para quem sirvo
O que queres de mim?
Ao Seu dispor, sempre

L🐅D
Leopardo Dom

quinta-feira, 2 de junho de 2016

PRETA



Bella Negra
Veste-se lua
Carvão sua tez
Abençoada
Seduz sua fala
Teu ser grita
Vergonhosa
Discriminação
Molestam-na de feia
A titulam-na puta
Nunca rainha
Atribuem-lhes
Apenas belaza interior
Quase sempre mentem
Quando dizem-na
Bela exteriormente
Tem dias que sofre
Com tudo isso
Se vê indefesa
Nessa rejeição
Enganada busca
Abrigo no BDSM
Enfim, a cena é igual
Não encontra seu top
Seu dom infeliz
Logo, constata
Sem qualquer graça
Seja sub ou baunilha
Em dia ensolarado
Em dias chuvosos
A negação
Sutil
Silenciosa
Da sua aparência

L🐅D
Leopardo Dom 

quarta-feira, 1 de junho de 2016

O BATISMO



Vem, vem rastejando
Cadela, venha ser minha vadia
Ajoelhe-se junto aos pés
Sagrados a serem venerados
Não me olhe vagabunda
Sempre cabisbaixa, seu dever
Queres ternura, gesto de carinho?
Venha, vou te dá um outro tipo de tratamento
Muita perversão e desprezo

Agora tire a blusa, jogue-a longe
Sinta a bofetada na cara
Eu te disse, não me olhe vadia
Vou te ensinar a ser obediente
Tire meus sapatos e lamba os solados
Venha safada putinha
Deite-se aqui no chão, nua

Você me disse que tua carne
Adora depravação
Então, mostre sua destreza
Venha, despida dos pudores
Não quero suas máscaras sociais
Quero o que é lindo e escondes

Vem, vem que cada chicotada
Marcará tua sina na sua submissão
Quando a cera da vela derretida
Tocar sua pele lisa será a medida
Entre o prazer que buscas
E a dor que lapida tua transformação

Ouvirás os sinos dobrando
As serpentes envenenadas
Te beijando as lembranças
E a ventania te conduzindo
As florestas sagradas
Enquanto és batizada
Em nome da cumplicidade
E consensualmente você se entregas
Sob os meus cuidados
Te ponho meu sobrenome
Que deves honrar e enaltecer

L🐅D
Leopardo Dom

ENTREGA INFAME



Que delícia de ti imaginar escrevendo
Para dizer quanto teu corpo esfomeado, cadela
Ti faz sentir a voracidade
Desse seu desejo
Diz que é vagabunda
Não só para mim
Diz que é vadia
Dos homens lobos
Diz que é prostituta
Dos meninos órfãos
Alimentos deles nas ruínas
De suas vidas abandonadas
Me diz que ser puta
É a sua santidade

Então, mostre com seus atos e memória
Esqueça as palavras
Só as ações te redimes
Para que piedade na putaria
Se esse é o caminho
Da sua felicidade?
Sua performance
É a causa maior da inveja
Elas têm ciúmes da sua entrega
Sofrem por não poderem te copiar
Na sua submissão és única

L🐅D
Leopardo Dom

ME FAZ GOZAR, SENHOR



Por favor, Senhor
Não faz assim, não
Não vou suportar
Tamanha judiação

Como...como...ah, Senhor
Não vou conseguir segurar
Oh Meu Senhor, Senhor
Que loucura é essa...
Não...não...não...Senhor
De tanto morder os lábios, sagraram

Para só um pouquinho, então
Preciso respirar, água, água
Senhor...por favor, o goo...zo
Tá...tá...tá..eu não...Vou gozar
Já estava delirando...frio, calor

O cheiro da pele suada
Toda úmida, o líquido quente
Lambuzando o piso frio
Todo meu corpo eletrificado
Minhas pernas tremiam
Gemia num ritmo alucinante

Quando cheguei no ponto máximo
De não mais suportar
Ele aplicou um furioso tapa
Paralisei com o susto que levei
Foi um providencial socorro

Depois de toda aquela tortura
Por mais de uma hora sendo masturbada
Sem poder gozar nem um pouco
Meu Senhor fez tudo diferente
Me colocou de quatro para continuar a judiação
Dessa vez com muito gozo
No início maravilhoso

Foram gozadas múltiplas
Contínua sem parar
Num ritmo frenético
Do imenso prazer inicial
Fui a insanas contrações
De muitas dores na buceta
Sendo fudida sem parar

Vibradores espinhosos
Cenouras e pepinos
As mãos habilidosas
Gelo e pastilhas de menta
Foi assim que gozei
Por mais de trinta vezes...

Foi assim que ele me adestrou
Se apropriando do meu sexo
Manipulando meus pontos fracos
Assim aprendi a ser sua, sub dele
A única coisa que eu tinha
Era a certeza de que não me pertencia

L🐅D

DESCOBERTAS INOCENTES



Sempre agia as gargalhadas
Não era baby, nem bebay
Apesar de muito inocente
Fingia ser uma age, brat
Corria pela casa sem parar
Era o que mais gostava

Uma certa vez
Saindo do banho
A toalha que cobria a cintura
Que sem qualquer cerimónia
Foi puxada por ela, e correu
Gritando "painho" me pega...

A sapeca riu do que viu
Minha nudez exposta
Curiosa perguntou... "painho" que é isto...
Vermelho feito pimenta fiquei

Tentei esconder, disfarçar
Ao mesmo tempo explicar
A explicação vazia para nada serviu
Ela então quis tocar, suei
Como um pinguim no Alasca

Acanhado nada falei
Quando ela se aproximou e tocou
Senti calafrios na espinha dorsal
Tentei relaxar para não alterar a hibernação

Curiosa quis saber o nome de tudo
Mudo demorei de contar
Até que aos poucos fui falando
Os nomes de cada órgãos

 Não satisfeita também quis saber
Como e para que usava
Atordoado quase mentir
Mas, não conseguir engana-la
Aos poucos apontando foi revelando
O pintinho para fazer pipi
E os ovinhos de decoração

Mas, foi no toque daquelas mãos de veludo
Que quase morri de medo, estático
Estremeci de muita excitação

Ela se assustou com a repentina mudança
E sem qualquer aviso
Colocou o pipi na boca
Fazendo dele seu brinquedinho
De estimação

Quão delicado a grandeza
Da nossa imaginação
Não há como explicação
Quando minha sub lette fantasia
Ser a minha criança-menina
Para ser ternamente cuidada

L🐅D
Leopardo Dom