LEOPARDO DOM

Espaço reservado a tutoriais e poemas eróticos com a temática do Bdsm

domingo, 4 de dezembro de 2016

SADISMO

Minhas mãos executam
Desejos que estão na escuridão
Meus desejos atiçam a criação
Bater e humilhar raízes das profundezas

Quem irá te socorrer
Quando o chicote rasgar o vento
E o cipó cozinhar tua carne?

A beleza adormece
E a fantasia aflora na rua
Toda vez que imagino te humilhando

És assim que me queres?
Então venha...rasteje
Implore e faça por merecer

L🐅D
Leopardo Dom

sábado, 3 de dezembro de 2016

LEVEZA

Teus ser sorrir
A vida brota
A semente germina
Renascendo a menina
Que brinca de vento
Fazendo sonhar
A esperança canta
Fazendo-a dançar
Que perfuma
Jasmim cidreira
A cada dia
Entre a noite e o amanhecer

L🐅D
Leopardo Dom

A CRIAÇÃO E A CRIATURA

Vou, para te, mandar fazer
Algo bem diferente
Inusitada criação
Uma floresta eclética
Repleta de flores
E magníficas plantas
Coqueirais gigantes
Samambaias vermelhas
Tudo com muita magia
Tudo nela será plural
Para que vivas sem sobressaltos
Sem medo e preconceito
Em seu modo de vida
E cada planta vou nominar
E uma delas vou chamar
De menina Sissy
Assim bela como você
Não duvide do meu poder
Também posso te esculpir
Com ferramentas artesanais
Seu corpo com muito prazer
Se negas vou te mostrar
Vou adestrar seu pensamento
Seu corpo e teu ser modificar
Oh, criatura dentre as criaturas

L🐅D
Leopardo Dom

AMOR SUBMISSO

É preciso
Que ela se perca da incerteza
Que ela se jogue na correnteza
Que ela não recei a perversão
Da punição da espera

A submissa é sonhadora
Gosta de manipular para amar
Culpa o dono por não poder falar
Na verdade, querem amor desmentido
Do seu Senhor que só quer dominar

No seu universo feminino
Falam mal delas mesmos
Pois, buscam outra coisa
O amor dominador
Para seu coração submisso

L🐅D
Leopardo Dom

VADIA

Os pêlos da buceta crescendo
Sem proteção a buceta roça
Na calça jeans desbotada
Ela enlouquecida excitada
Entre os movimentos
Rápidos ou lentos sente tremores
Sua boca saliva
Geme baixinho, alucinada
Aslembranças pervertidas
Brotam como ervas daninhas
Sem parar a todo instante
Numa minúscula sala estar
Entre homens famintos
Machos e machistas com distinção
Que não repara a cadela no cio
Distraindos não prestam atenção
Homens (...), pensa ela, sem dizer nada
O enquanto se contorce
De tão excitante a cena
Daqueles homens a possuindo
Eram machos pretos viril
E outros brancos robustos
A pisando e cuspindo
Batendo e bulinando
A fudendo e lascando
Com seus mastros erguidos
Em cada buraco de seu corpo
Numa taça é brindada
Com seus leites fartos
Que bebe avidamente

L🐅D
Leopardo Dom

MULHERES PODEROSAS


Mulheres Poderosas

Saia à rua
Levando a puta contigo
Vista a saia bordada
E uma calcinha floral
Vá pela madrugada
Beirando a estrada
E atravesse a ponte
Ponha a máscara de santa
Para que os hipócritas não a pedrejem

Quando os homens virem de longe
Seja como uma dama
Educadamente abra as pernas belas
Calvagarão apressados
Para fugirem antes do amanhecer
Sairão disfarçado para ninguém vê-los
Em suas montarias domquixoteanas
E em casa se lavarão das impurezas
Para purificar seus corpos

E entre juras de amor
Suas mulheres agradecerão, silenciosamente
Pelas mulheres putas e as meninas vadias
Que alimentaram seus maridos famintos
Enquanto elas conquistavam o mundo
Em suas camas solitárias

L🐅D
Leopardo Dom

DILEMAS

É um acontecimento, não raro perturbador, numa sociedade que combate o machismo, uma mulher descobrir sua inclinação ao masoquismo, à submissão.

Quando essas coisas lhe tocam a alma, o ser e o corpo, quão estranho ela deve se sentir... Muitas enlouquece, dizem.

Em que contexto tais descobertas ocorrem? É difícil determinar, mas, muitas vezes, é por acaso. Por mais que transem (com seu homens) não alçam a realização plena. Algumas contam que assistindo um filme ou lendo algum conto, revistas de perversão masoquista etc. que se deram conta do quanto aquilo mexia com elas, independente de sexo.

Na verdade, muitas não sabem dizer e tem receio de reconhecer esse desejo obscuro. Pois, para muitas é pacado. E como pecado não deve ser alimentado,  logo, não devem dá vazão tais desejos. Acham imoral, "coisa de mulher suja", é se sentem culpadas, principalmente, quando já são mães ou casadas, por tais pensamentos e desejos.

Portanto, qual espelho não viu as lágrimas escorrendo nos rostos dessas mulheres jovens, maduras, muitas das quais, independentes financeiramente, quando a dolorosa verdade a desperta num mar de desejos proibidos (perversão e libertinagem)?

Seus espelhos também foram testemunhas oculares e cúmplices silenciosos dos suplícios que essas mulheres se impõem com torturas sexuais e dos organismos vulcânicos, e, depois do gozo, seus choros entre soluços de vergonha e arrependimentos por terem cedido ao proibido.

Essas mulheres vivem seus traumas em silêncio, no anonimato da solidão, frente ao desejo e o orgasmo. Se auto condenaram e aplicação a si mesma punições diversas para aplacar a agonia interior.

Contudo, apesar desse desespero, elas querem ser puta, vadia, vagabunda, cadela, vaca, etc. E estão por aí em cada sala, nas esquinas, no emprego....pelo mundo afora procurando respostas na psicologia cristã-judaica, com seus preconceitos culturais.

De repente, surge uma estranha e desconhecida solução. O BDSM. Como uma filosofia de vida, quebrando tabus e conceitos moralistas retroalimentando e valorizando o conceito de Dominação e Submissão consentida.

Essas mulheres diante dessa grande descoberta, mergulham num universo de autoconhecimento, aos poucos vai descobrindo que nasceram para ser peça, objeto, renunciando seu prazer para se abrigar no prazer daquele que dele será posse e possuída.

E como filosofia de vida, o BDSM deixa claro que é possível ser feliz dentro daquilo que nos faz bem existencialmente, ainda que ofenda a moral de uma sociedade fingida, desde que cada um se aceite plenamente. Ainda que tudo tenha que ser vivenciado na obscuridade.

L🐅D
Leopardo Dom

Malvado Senhor

Ouviu-se o som do tapa
Ela não mais sorria
Dentro dela ardia
O fogo da angústia

No segundo tapa
As marcas a devoravam
O cipó cru verde do mato
A fez dançar

Com os sapatos pretos
Quando a pisou na cara
Ouvia-se o som da humilhação
Desesperada quase chorou

Ouviu o som diferente
Que era embalado pela espera
Os olhos dela não brilharam
Quando os cubos de gelos
Enlouqueceu seu ânus

Ouviu-se o som do desespero
Quando o cuspe inundou sua cara
Como um suco avidamente bebeu

L🐅D
Leonardo Dom

Esperando por ti

Aqui estou
Uma mulher comum
Mulher qualquer
Que gosta de apanhar

Não chamo isso de demência
Já que não sou doente
Muito menos enlouquecida

Não sou do gênero feminista
Muito menos transo com machista

Quero mais que tapas
Não quero pena
Não sou galináceo
Uma mulher apenas

Será o meu malvado favorito
Quando mim tomares aos teus pés
Quando meu desejo não prevalecer
Quando eu não querer está certa

Onde encontra-se esse homem
Para domar e me dominar?
Não quero um aventureiro
Que vive em busca de galinha

Mas, que seja capaz
De mim fazer dele, submissa
De mim dominar meu ser rebelde
Que não apenas meu corpo

Somente a este chamei de dono
Apenas a ele o venerei, Senhor

L🐅D
Leopardo Dom

domingo, 25 de setembro de 2016

TOMA-ME TUA

Agrada-me a dor
Sugando e rasgando
Fazendo a carne tremer
Fazendo o corpo vergar
Olhos abrirem e fechar
As pernas curvarem à Ti
E quando lágrimas caírem
Os lábios gritarem
Senhor aqui estou sua
Toma-me além dos limites
Que sejam tuas mãos palmatória
E teu cinto correção
Usa-me sem castidade
Que seja tua bondade prisão
E minha perversão teu domínio

L🐅D
Leopardo Dom

PROSTITUTA DE FÉ

Tentei ser usada
Suada, queria ser devorada
A poesia rasgando a carne
Tremia como cadela no cio
A prostituta em mim queria
Algo diferente do convencional
Que moeda dos homens comuns
Não pode pagar nem sabem oferecer
Algo mais que um gozo
Eximia na masturbação bocal
Enlouquecia os moços afoitos
Que sempre gozavam antes dela
Era uma víbora na cama
Mas, preferia se exibir no chão
Os pisava com doçura,
Os dominava com sutileza
E os deixa ir embora impressionados
Partiam convencidos serem reis
Mas, sempre retornavam como seus mendigos

L🐅D
Leopardo Dom

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

INSPIRADORA

Quanta elegância
Luxúria na sua beleza
Simplicidade e leveza
Quem és tu menina?

Teu corpo é uma riqueza viva
Feito de mistérios e verdade
Destinado a te representar no universo

Teus lábios são ondas dos mares
De uma delicadeza profunda
Como síntese são pétalas e flores

Teus cabelos lembram as florestas negras
Sempre cheios e formosos
Como chuvas ao vento

A resposta do tempo impressionista
Iluminando à escuridão
Preenche meu olhar barroco
Desfazendo os nós da ignorância

L🐅D
Leopardo Dom

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

IMPLACÁVEL JUDIAÇÃO

O pau Preto rasgando a carne dela
Indócil o cavalheiro
Quando cavalgava nela
Com o chicote domava
Com as esporas a feria
Antes de terminar de cavalgar
Abusava do rabo dela
Num só compasso a fudia e surrava
Não se sabia se ela chorava ou ria

L🐅D
Leopardo Dom

OS RENEGADOS

Nesse mundo dos senhores
Sou apenas um plebeu
Buscando aprender a colher
Tenho mendigado noite e dia
Mas, os sábios negam-se a ensinar
Todos eles têm títulos de dominadores
Alguns se auto proclamam mestres
Outros tantos dizem-se mentores
As submissas damas e branquinhas
Os veneram como supremos reis
Enquanto dom's como eu elas receiam
A dez anos não saio dessa condição: iniciante
Como é muito chato quando não é rei
Nenhuma sub tem história de decepção
Enganada por plebeus nunca são
Pois, desses elas se livram antes
Não há qualquer veneração...

L🐅D
LeopardoDom

BOAS NOTÍCIAS

Vem sentir o calor
Uma xícara de café
Por favor, queres?
Não precisa dizer não, se detestas
Deixo para ti notícias
Dos jornais não lidos
Tive que ir, estava atrasado
Para a festa, não fui convidado
Mas, antes de partir vou ao jardim
Colher flores silvestres proibidas
Para perfumar sua perversão
Nada direi sobre isso
Aprendi a guardar seus segredos
Não se desculpe
Regue as florestas por favor

L🐅D
Leopardo Dom

SONHADORA PUDICA

A dama não era de ferro
Seus pensamentos desde moça
Imaginava ser abusada...
Sempre tremia quando o desejo a consumia
Era refém desses segredos solitários

Era dama da sociedade
De educação religiosa exemplar
Pertencente a uma família renomada
Casou-se como uma deusa
A lua de mel foi o ápice da sua virgindade
Até presente do seu esposo ganhou
Por ter casada imaculada

Entre curvas e retas o casamento sofreu colisão
A dama que não era de ferro
Finalmente, foi abusada por um de seus empregados, surrada
As marcas em sua pele
Testemunho inequívoco, a prova
Encontrou a felicidade na putaria
E para o mundo anunciou a sua libertinagem

L🐅D
Leopardo Dom

terça-feira, 9 de agosto de 2016

BANQUETE

Banquete

Eram doze senhores a postos
E eu a discípula, aprendiz
Todos famintos dominadores
Eu apenas singela meretriz

Numa mesa florida de leguminoses
E flores comestíveis distintas
Puseram-me para ser comida

Era um banquete de iniciação
Amordaçada e amarrada, silêncio
Óleos e especiarias especiais
Incensos para defumar o ambiente

Terminado o ritual gastronômico
Serviram-se de mim, calmamente
Comeram um pouco de tudo
De cada parte um pouquinho

As mãos pareciam facas e garfos
As bocas sugam e lambiam
Da cabeça aos pés com prazer

Foi um digesto banquete, disseram
Elogiaram a abundância, a carne maciça

Alguns chagaram a exclamar em voz alta:
Saborosa galinácea

Enquanto descansavam
Fiquei estendida sobre à mesa
Em volta da toalha bordada
A espera de ser servida para a sobremesa

Ao término de tudo recebi um título garboso
Condecorada submissa galinha

L🐅D
Leopardo Dom

Ninfas virgens

Nada é doce nem azedo
Quando o chicote queima
Com força ou delicadeza
A vontade me chama...

Que vontade faminta
Que crescente grita por ti
Vem, trás-me teu lombo
Para minha fome devorar

A cor de sua carne não sangra
Ou carregas contigo os segredos
Das tumbas africanas?

Dê-me sua virgindade
Menina de muita fé
Dê-me sua dor numa taça
Masoquista de muita graça

L🐅D
Leopardo Dom

INESCRUPULOSA

Imponentes seus encantos
Atrevidos seus desejos
Tudo nela é feito para seduzir

Teus olhos labaredas incandescentes
Tuas mãos parecem feitas de lã
Teus lábios são perfeitas curvas

Inescrupulosa loba na cama
Veste-se como rainha santa
Mas, entregar-se as fantasias
Dos homens loucos indelicados

Ouro, prata ou diamante
É o seu preço a cada entrega
De sua generosidade os presenteia a calcinha
O prêmio inesquecível como troféu

L🐅D
Leopardo Dom

terça-feira, 12 de julho de 2016

SEDE PROFANA

Enquanto trabalhas
Sob a mesa grande
Descansa o cão preto
Seu zeloso protetor

Entretanto sem esperar
Ele se levanta, tinha sede
Distraída com algumas fotos
As pernas repousa abertas
Não percebe aproximação

Seu cão curiosamente
Se aproxima da fonte
E cheira em busca de água
A fonte estava úmida, bastante

Entre o susto ficou molhada
A cada lambida canina
Ela estremecia suprendida
Por aquela quentura

Seria loucura?
Nem teve tempo de saber
Sua calcinha vermelha
Foi rasgada pelo ímpeto animal

Seria humilhação?
Já não importava
Gozou perdidamente
Enquanto era chupada

L🐅D
Leopardo Dom

DESEJO ANIMAL

Diante da cena
Meu corpo estremeceu
Algo inusitado despertou
Minha libido em erupção
Nunca frenética ebulição

Era apenas testemunha
Daquela visão inusitada
Com as pernas abertas
A madame o provocava
Numa cuidadosa masturbação

Como exímia pianista
Seus dedos produziram
Uma bela canção
Gemidos silenciosos

Quando ele a lambeu
Com aquela língua grande
Quase não me contive
Babava de desejo
Quase me toquei para saciar

Quando me dei conta
Envergonhada não suportei
Tentei esconder aquilo de mim
Apagando a cena que assistia

Apesar de me sentir culpada
Passei a desejar aquele cão
Me fudendo como fez nela
Me enchendo do gozo animal
Como uma dama, sou cadela

L🐅D
Leopardo Dom

ENGAIOLADO

Pôs-me numa coleira
Feita de couro cru
Ordenou ficar de quatro
Me presenteou com osso
Tive que farejar para encontrar

Puxada pela corda guia
Fui levada sem resistir
Gosto das surpresas
Feita pelo meu Senhor

Sou Dele a quase anos
Filha do tempo e da submissão
Fui adestrada para ser pet particular
Com muita dedicação aprendi
As lições da cadelinha

A surpresa era meu teste
Se passasse seria encoleirada
Posta numa gaiola noite e dia
Foram dois dias dormindo
E alimentada como cadela

Nas ultimas horas amordaçada
Fui servida num canibalismo sexual
Seres famintos, mascarados
Pareciam seres de outro planeta
Usaram e judiaram sob a batuta
Do meu digníssimo, agora Dono

L🐅D
Leopardo Dom

sábado, 9 de julho de 2016

ACORRENTADA

Protituir teu ser
Tuas entranhas
Desejar o toque
Beber das insanas
Palavras cruéis

Você é puta
Feita para ser chão
Usada e abusada
Seu tesão é meu?
Não dirás eu sei

Que importa...
Que te prostituo
Que te humilho
E você se revela
Quando me ler

Meus escritos
Te devoram
Te lascam
Te lançam sonhos
Te machucam
Como nunca antes
Onde me buscas
Cadela?

L🐅D
Leopardo Dom

SÚPLICAS

Gotas de sua boca
Minha saliva escorre
Te lambuza a cara
Marcada pela bofetada

Tuas lágrimas escorrem
Na minha língua, céu da boca
Saboreio a delicadeza
Gotas do doloroso orvalho

É a flor, aflora meu tesão
Beber do líquido derramado
Enquanto sofres humilhação
Caída envergonhada

Meu gozo não vem do corpo
Mas, da mente empoderada
No seu suplício em meus pés
Te acolho, te amparo

Agora mesmo tem alguém perdido
Em busca desse gozo ensolarado
Mas, tua dor vem da procura
Me venere que vou te libertar

L🐅D
Leopardo Dom

ANAL

Anal

A macheza ofusca
A delícia erótica
Da zona escondida
Esquecida

Mas, foi entre beijos
Como discreta sutileza
Que pôs o dedinho...
Sentir algo diferente
A leveza delirante

Nada disse...
Entre o mastro
Com a língua molhada
Sem pedir licença
Ela percorreu a zona proibida
Lamber, salivou, chupou

Foi assim que descobrir
O silêncio erótico
Num momento especial
Guardando segredo...
Partiu

Leopardo Dom

LIÇÃO

A sala fazia
A garganta fervia
Pediu água, muita sede
"Ajoelhe-se", ordenou
Bebeu urina...muita

Nunca mais
Interrompeu seu Dono

L🐅D
Leopardo Dom

INGRATA

Ingrata

Vôo longe
Tão Alto, Alto
Que não viu o asfalto
Para fora da multidão
Até que que perdeu-se
De si na solidão
Quis voltar...
Considerada desconhecida
Foi crucificada

L🐅D
Leopardo Dom

INDELICADEZA

Indelicadeza

Dominadora
Indelicada
Olhou para mim
Sem sorrir
Passou por mim
Fingiu não me ver
Tropeçou na arrogância
E caiu

L🐅D
Leopardo Dom

BIRIMPAU

Grosso
Grande
Curvo
Um berimpau
Era o que parecia
Com aquelas bolas
Um pau em forma de barimbau                                                  
Antes de chupà-lo
Bateu na cara
Com seu pau preto
Parecia tapas de mãos
Doía muito...
Senti quão bruto o cacete
Quase chorei

Sem poder tocà-lo
De olhos fechados chupei-o
Degustando, saboreando-o
Como fui ordenada

Quando menos esperava
Um jato quente pegajoso
Escorreu na minha garganta
Não ousei a desperdiçar nada
Nem podia, seria torturada
                                                    L🐅D
Leopardo Dom

BRUXA

Suas curvas imperfeitas
Seu corpo indelicado
Quando  sorria machucava
Contrariando à lógica
Era a submissa idealizada
Pelos infelizes homens
Mas, ela só enfeitiça
As mulheres que cobiça

L🐅D
Leopardo Dom

ABISMO

O gozo retido
O beijo dissimulado
O sexo castrado
A sede calada
A fome insarciada
A verdade não dita
A vontade inconfesa
A bala atirada
A arma engatilhada
A mulher carente
O homem demente
O corpo doente
A mente profana
A alma perdida
O sexo castrado
Pelo dominador afoito
A desejo afoito
Da submissa perdida
A planta venenosa
Semeada pelo jardineiro
E aerva e a solidão

L🐅D
Leopardo Dom

LUXÚRIA NEGRA

Volúpia de arrepiar
O que consegues
Veneração...
Deusa ou rainha
É o próprio fogo
Transformação...
Vem das chamas
O mundo aos seus pés
Revolução...
Teu espaço,
Teu reino de conquistas
LUXÚRIANEGRA

L🐅D

A CARIDADE

Parecia parida
Na rua caída
Parecia desamparada
No asfalto deitada
Levantou-se desesperada
Gritou: dor desesperada
Ninguém a socorreu
Ninguém parou, apressados
Estavam indo para a missa, Comungar...ouvir
O Sermão da Caridade

L🐅D
Leopardo Dom

DIALÉTICA CANINA

A cada passo
A humanização canina
A cada passeio
A canização humana
Assim caminha a humildade
Na sua metáfora evolutiva
Quem é  a fera?                                                                                                    
L🐅D
Leopardo Dom

quarta-feira, 29 de junho de 2016

CONTRÁRIO



Tu és o silêncio
Que me agoniza
Tu és a tempestade
Que me acalma
Tu és a estrada
Que me aprisiona
Tu és a prisão
Que me liberta
Tu és a abelha
Que me envenena
Tu és o doce
Que sou proibido de comer
Entre os contrários
Somos os opostos
Entre a verdade
Proibidos

Leopardo Dom

VENENOSA



Cinica,
Não se atreva
Rir na minha cara
Se a dor não te ensina
A chorar

Teu ciúme
Vai te enlouquecer
Não me traga sua lógica

Vou partir
Sua picada pode ser mortal
Estás cega e peçonhenta
Obcecada

Antes de ir vou te tatuar
Marcas psicológicas
Não desbotam
Doem mais que pisada na cara
Você não tem cura, só frescura

Não quero uma cobra
Sub-baú é como jiboia
Abraça para martar

L🐅D
Leopardo Dom

segunda-feira, 27 de junho de 2016

HUMILHADA



Meus sapatos estão sujos
Quero-os bem limpos
Comece limpando agora
Os solados encardidos
Use sua língua para lubrificar

Acabei de vim do sanitário
Venha me limpar
Por favor não quero esperar
Deixe tudo bem limpinho
Para depois lamber

Abra bem a tua boca
Vou nela escarrar
Beba esse líquido
Sem qualquer nojo

Meu nariz está sujo
Passe tua língua
Para também limpar

Hoje é dia de humilhação
Não adianta se queixar
São dessas coisas que admiro
Na beleza da submissão

Leopardo Dom

PUTA FLOR



Uma menina
Desde adolescente
Seu corpo já chamava atenção
Fingia indocilidade
Com os meninos de sua idade

Com sua singela habilidade
Enganava suas colegas e irmãs
Todas pensavam ser comportada

Seus pais a tinham como boa moça
Admirada era muito elogiada
Pelas moças de sua cidade

Todavia, o que ninguém sabia
Nem poderia desconfiar
Que na flor da idade já fudia

O primeiro foi com amigo da família
Ele lhe ofereceu um pirulito
Em troca de um demorado boquete
Ela o fez com muita maestria

Devida a sua destreza
Por alguns trocados
O cuzinho dela ele fudia
Brincavam de filhinha e papai
Era engraçada e dengozinha

A medida que foi crescendo
Até na escolha foi aprendendo
Que poderia passar de ano
Sendo generosa com o professor

O tempo foi passando
E passou a ser bastante requisitada
Como profissional treiner dos rapazes
Ganhando uma grana extra
Nas madrugadas quando fudia

Até com um policial se envolveu
Para ser liberada de uma multa
Sem qualquer constrangimento
Abocanhou o capacete de grossa envergadura

Engraçadinha e safada
Uma famosa descarada
Que fingindo ser uma santa
Até o padre a comeu
Com a promessa de tira-lhe o pecado

L🐅D
Leopardo Dom

FEITICERA



Personalidade esta mulher
Que delicadeza floral
Nela a leveza de seus gestos
De hipnótica sensualidade
Nos transporta para onde ela quer
Tudo nela é harmonizado
Os seus lábios de framboesa
Seus olhos produzem luzes multicor
Suas mãos simetria perfeita
Sobre esta fêmea nada sei
Dizem até que é exímia bruxa
Mas, as má línguas dizem-na
Uma puta feiticeira

Leopardo Dom 

DESAFIOS



Sem asas e sem destino
Se deixou ser conduzida
Vencendo o todo poderoso medo
A entrega e a renúncia
Eram os seus maiores desafios

Acordou sonolenta
Vegetativa caminhou
Saiu nua porta fora
Parecia não está em si
Caminhou longamente
A passos largos, talvez

A noite era gelada
As folhagens úmidas
Tocava sua pele
Por onde passava
Sua sensualidade
Não era vista
Nem pelas plantas

Percevejos, vagalume
Águias e morcegos
Eram os únicos a segui-la
Ela caminhou indiferente
Parecia atrasada para o ritual
Apenas guiada pela voz interior

Ao chegar num penhasco
Sem qualquer resistência
Se lançou no precipício
Sob si dormia a floresta tropical

Como se estivesse num sonho
Foi conduzida calmamente
À morada das borboletas
Ao chegar ajoelhou-se
Em sinal de servidão
Sendo então acasalada
                                                     L🐅D
Leopardo Dom

domingo, 26 de junho de 2016

CUZEIRO (DESBOCADO)



Botão enigmático
Doce misterioso
Azedinho como umbu?
Estimado cuzeiro
Monossílabo tônico

Guerreiros incautos disputam
Homens brutos o querem
Religiosos o condenam ao inferno

Cu broto solitário
Vive escondido
Muito desejado
Vez em quando o expulsam do "armário"
Para ser lambido, chupado
Fudido

Cu pérola de rara beleza
Requer delicadeza, muita
Para usar sem danos
Por um singelo pianista

Cu bem preparado
É um excelente prato
De suculenta rabada
Para comer em demasia

Cu joia magnética
Para uns sagrados
Atraí até profetas
Com admirada deferência
Para suas profundezas

Homens que se matam
Para ele possuir
Cu de jovens adultos
Por algumas pratas
Se encontra de graça

Cu de mulher
Tem belas pregas
Alguns como botões rosados
Outros da cor do cravo

Tem quem pague fortuna
Pelo preciso tesouro
Oráculo divino da sorte
Enriquece as belas damas

Os felizardos ganham
Sem elas nada cobrar
Prestigioso bocado
Orifício estimado

Nem sempre virgem
Nem sempre descarado
Muitos são tímidos
Outros são cus assanhados

L🐅D
Leopardo Dom

sábado, 25 de junho de 2016

A MORTE



O grito morte
Meu peito sufoca
Abre-se a boca, tormenta
Fecha-se a porta dos sonhos

Teus olhares esbugalhados
Envenenando minha fome
Roubara as asas da gaivota
Eu não  sabia
Era proibido voar

Sou morte por ter nascido
Nas entranhas dos morros
Na floresta tropical selvagem
Entre geadas e tempestades
De onde nunca sair

L🐅D
Leopardo Dom

BELA FERA



Quem és tu, a bela ou a fera?
Se és bela qual mistério a guia
Se és fera não morda a bela

Tua sensualidade selvagem
Tua pele sem maquiagem
É a prova que não podes esconder
Há uma mulher felina dentro de ti
Seus olhos de onça pintada
Confundi com teu esmalte colorido

A fera no mato não foge de ti
Nem receia que tomes seu lugar
Ela se projeta em teu caminhar
É a exata comunhão
Entre a beleza e a selvageria

Leopardo Dom

RITUALÍSTICA



Como Mestre vou mostrar seu caminho
Quero percorrer contigo, vencer
Como teu guia quero que cruzes o infinito
Até perderes no abismo do teu limite
Como teu protetor não farei promessas
Pois, sou a tua proteção
E se um dia me quiseres
Vou arrebatar teu ser virgem
E plantar sementes em sua alma
Qual planta nascerá?
Nao tenhas pressa em desvendar
O tempo espera que vivas
Intensamente sua submissão
E se for preciso que um dom te faça aflorar
Entrega-o tua razão para ele te moldar

L🐅D
Leopardo Dom

DESOBEDIÊNCIA TOLA



Venha aqui agora, vagabunda
Não olhe para mim, vaca vadia
Você não passa de uma vil
Suas tetas imensas vou ordenhar

Hoje não quero ouvir nada de ti
Nem um gemido sequer ouse
Quanto mais tente gritar
Não terá como fugir da punição

Esperei por todos esses dias
Acumulei paciência observando
Você reiterando suas malcriacões
Envenenando nossa relação
Quem a mim engana paga
Esse é o preço a cobrar de ti

As brasas do fogareiro acesso
Vão te ensinar que submissão
Não é um capricho de momento
Nem segue o ritmo de sua conveniência

Estranho seria me submeter
A arrogância desvairada da sub
BDSM não romantismo nem frescura
Engana-se se pensas assim
E quem assim comporta-se como você
Não são poucos os dominadores tolos
Forjados em bares e esquinas

Você rasgou nosso contrato
Esqueceu-se do que negociou?
Sobre ti me deu plena liberdade
Agora vou mostrar o que significa
Um dominador que não se curva, coitadinha

L🐅D
Leopardo Dom

ENCENAÇÃO



Vagabunda, que pensas de mim?
Que terei piedade por sofrer?
Não engane-se isso aqui não é brincadeira
Nem uma cortesia do garçom

O sadismo não é um brinquedo
Nem sessão é parque de diversão
Então, não venha com esse choro
Se estava me testando enganou-se
Não sou padre nem juiz
Nem aprecio jogo de gato e rato

Ai de ti desobedecer ou correr
Ai de ti comigo competir
Enquanto você chorar vou sorrir

A bofetada é para não esquecer
Não brinco de comando e controle
Quem gosta de filme vai ao cinema
Aqui judiação não é para dublê

Não me venha com essa cartilha
Do bom mocinho dominador
Que leva flores e bombons
Para fuder o cu da mocinha sub

L🐅D
Leopardo Dom

quarta-feira, 22 de junho de 2016

ENIGMA DA INICIAÇÃO



De que é feito teu olhar?
Não responda ainda
Se não tiveres pronta
A verdade pode te ferir

Se não podes revelar quem és
Tua sede não é dona do teu destino
Podes atravessar o rio, sozinha?
O oceano é infinito e perigoso

Se ainda não sabes, escuta
O girassol não contém espinhos
Nem teus olhos brilham como sol
Então, venha venerar o Tempo
Senhor das estradas e das pontes,
Que conheçe tua essência
Tua história fetichistas não convence

Se és Domme venha dominar
Terás o mundo ao seus pés
Se és submissa não precisas temer
Não corras contra os ventos
As tempestades devem vir dos céus

É tempo de você se conhecer
Mas, não apresses seus passos
Toda caminhada para a iniciante
É cheia de novidades desconhecidas
Que podem deslumbrar e cegar
Caminhe, faça da vitoria promessa e chegada

L🐅D
Leopardo Dom


PISQUÊ SUBMISSA



Os anos passados
Deixaram marcas
Cicatrizes em minha face

Nunca fui livre, nem no útero
Germinei numa barriga carente
Viciada em solidão

Nem os médicos sorriram
Encoleiraram meu braço
Receavam que raptassem
Ou me sequestrassem, não sei

Cresci prisioneira num berçário
Bonecos malvados eram meus amigos
Ensinaram-me a sempre a obedecer
Sim Senhor, não Senhora era o lema

Hoje apesar de crescida, estudada
Trabalhei para ter autonomia
Até para ter liberdade fui ensinada

Quase enlouqueci quando me deixaram partir
Não sei andar com meus pés
Ser livre com meus pensamentos

Não cheguei aqui sozinha
Sempre fui atraída pelas sombras
Ouço vozes que me guiam
É o passado enraizado, presente

É difícil aceitar a verdade
Sou submissa psicologicamente
E sou muito feliz, mesmo assim
Não duvidem do que tenho para dizer

A submissão psicológica
Me domina e me liberta
Me guia e me aprisiona
Me realiza e me
Completa
Sou filha do passado
Retratos do que sou, presente

L🐅D
Leopardo Dom

A ROSA



Meu coração sangra
Atingido por espinhos
da Rosa que morreu

A perda querida
É um desastre
De grande proporção
Que sobre mim se abate

Oh, Senhor
Porque permitiu
Que ela tenha partido?
Esse parto de dor
A me machucar

Apenas deixou-me
Um mar de saudades
Nessa tristeza
Resta-me lembranças

Vou então dormir
E quando acordar
Renova-me por favor
Receio a solidão
Do que não se pode salvar

Vou seguir pela estrada
Em memória respeitar
A decisão do Tempo
De ter separado-me
Do meu ente querido
                                                    L🐅D
Leopardo Dom

ALUCINAÇÃO



Estou demasiadamente
deslumbrada,
As cordas em meu pescoço podiam matar
Não tive medo, era uma outra coisa
Quando ele torturou-me vi ser real
Pecados e crimes para quem entende
Sentia-me outra coisa ser abusada, realizada

Não era apenas consentimento
Não era apenas meus desejos
Não era um jogo de regras pré-acordadas
Era uma outra coisa sem julgamento
Nem tampouco cabe censura irônica

Quem vai me julgar por ter escolhido?
Quem vai me incriminar por me expor?
Nunca assassinei ninguém
Nem nunca comunguei
Assim como a hóstia é Santa
A orgia é sagrada, salvação

Sei que não dá para esquecer
A crucificação a mais de 2000 anos
Mas, ainda condenam-me pelos pecados
Que nunca cometi
Acusam-me de crimes capitais
Só porque sou descendente das mulheres de Sodoma

A verdade é que não é a submissão
Que nos degradam
Nem viola nossos direitos sagrados
Quem violenta nossa humanidade
São os inquisidores moralistas
Senhores da modernidade
Machistas religiosos judaicos cristãos
Travestidos de bondade

L🐅D

domingo, 19 de junho de 2016

INICIANTE APRENDIZ



Me tomas por uma leoa
Mas, sou apenas uma abelha
Me tomas por uma bruta
Não vê minha delicadeza?
Me tomas por uma covarde
Negas minha sinceridade
Me tomas por uma viciada
Por não poder viver sem você

Quem és tu para me julgar...
Se tens medo de me conduzir?
Conhecimento pode ser adquirido
Mas, o dominador nasce como um Samurai
É feito de espírito vivo, arrebata
E como um diamante bruto
Deverá ser moldado pelo tempo
Para bem conduzir sua espada...

Não sabes quem sou...?
Sou o teu medo de fraquejar
Sou tua dúvida de acertar...
Sou tua fraqueza em se aceitar
Sou a determinação na sua incerteza
Sou fogo na sua frieza
Sou mulher, filha e mãe
Sou mulher filha da submissão
Sou mulher mãe das minhas escolhas
Sou o nada que te completa
Sou a espada aguardando
Para servi ao teu Senhor

L🐅D
Leopardo Dom

TUAS CURVAS



Teu corpo lírico
Flauta de harmoniosa
Simplicidade nota musical
Soar em cumplicidade celeste
Despertando minha volúpia ti
Tua pele de serena vivência
Flores de delicadezas de ti
Como noites entre chuvas
Embriagando meus pensamentos
Entoando lembranças perdidas
De sua voz quente

L🐅D
Leopardo Dom

CADELA-FELINA



Não sei se és cadela
Ou apenas brat felina
Em busca de seu lugar
Em tal postura
Teu corpo é exatamente
Indecifrável
Cadela ou felina?

Mas, com a sutileza
De um Mestre
Vou te adestrar
Teu ser e a alma moldar
Tenho a exata medida
Do que quero

A régua e o lápis
Para te redesenhar
O compasso
Para as curvas exatas
Te farei dócil
Como o cão ao seu dono

Quero toda sua essência
Em minhas mãos controlar
Quando estiveres toda tomada
Em meus pés submissa

Leopardo Dom

A SETA



A seta
Que flecha
O ponto
No mundo
Que atinge
O corpo
Moribundo
Ascendeu
A chama
Do desejo
Pervertido
Atingindo
A maçã
Da moça, virgem
Que teve vertigem

L🐅D
Leopardo Dom

PRISÃO DA SOLIDÃO



Que loucura, suas mãos
Que quentura, sua boca
Que doçura, seu afago
Quando beijava devassidão
Teu colo era o meu chão
Teus abraços meu reinado

Na primavera flores recebia
No verão uma porção de amor
No outono me despia
No inverno me aquecia

Fez ontem um ano que sumiu
Foi embora sem nada escrever
Nem mesmo a palavra fim disse
Apenas deixou-me o retrato

A um ano não consigo dormir
Inventei uma prisão solitária
Coloquei-o acorrentado dentro de mim
Já não pode fugir nem ir embora
L🐅D
Leopardo Dom




DOMESTICAÇÃO



Tuas mãos firmes
Torturavam-me sem pausa
Sem qualquer hesitação

Um nó na garganta
Por não poder falar
Muda em cada sessão

Eis minha condição
Quando dia e noite judiada
Não havia dó nem pena

Numa gaiola como cadela
Era posta amarrada, vedada
No jardim da casa grande

Nas noites que chovia
Permanecia entre frio molhada
Só no amanhecer era cuidada

Cada gesto cruel do meu Senhor
Dobrava-me por inteira
Meu ser de rebeldias brat

Não era mais uma adolescente
Mais cresci tão mimada, protegida
Que não vi quando tornei-me mulher

Foi assim que encontrei-me
Servindo sem ressalvas ao meu Dono
Acolhida sob seus enormes pés

L🐅D
Leopardo Dom

SEMIDEUSES



Podemos, tudo
Não estranhe
Podemos milagres
Cavalgar por tua mente
Habitar tuas entranhas
Doutrinar teu ser

Plantar loucuras
Rastejarem por nós
Ainda que pareça fraqueza
É uma ideia matriz
Arrebatadora

Podemos chuvas
Vos acorrentar nos rochedos
Entre as trevas das montanhas
Vos abandonar
Até que o sol em teus olhos grite

Podemos o mundo
De sua alma dominar
Chamaras de loucura ou amor
É o nosso poder desmedido
Em você fazendo abrigo

Como Cleópatra somos
Como Afrodite inventamos
Como Júpiter raios e trovões
Somos semideuses
Fração de um todo maior
Destinados a tua obediência

Rituais litúrgicos
Fazem parte da tua devoção
A linguagem do teu coração
São elos na tua entrega
Não os quebrem
Nos ferirá de morte
Não somos deuses
Que tudo pode suportar

Leopardo Dom

segunda-feira, 13 de junho de 2016

OLHOS SILENCIOSOS



Que mistério
É o olhar
Atrevido em pousa
Que mistério doce
Teus lábios ousados
Que mistério
Entre curvas
Cabelos ruivos

Se menina
Também não sei
Ainda que sempre
Seja como lança
Teu olhar em chama

Quem tem medo
De morder
Teus lábios
Nem sempre pondera
O quanto desejas

Se são teus mistérios
Quem vai decifra-te
Antes de ser devorado
Pelo teu silêncio?

O vinho que sangra
Do teu olhar
Não se encontra na taberna
Por isso, muitos estão com sede
Seja generosa
Uma gota basta para escraviza-los

L🐅D
Leopardo Dom

A BORBOLETA E A ESPERANÇA



Dia longo, quase sumi
Não foi esquecimento
Nem sempre foi possível
Controlar a ventania
Advinda do pensamento

Procurei entre as estantes
Só encontrei livros solitários
Prisioneiros daquele armário frio

Alguns já tinham lidos
As páginas marcadas de bolô
Denunciavam o abandono
Outros nunca lidos surpresos
Sorriam incrédulos ao me verem

Saudade não havia
Estavam mudos
Desconfiados
Todos maiores de idade
Órfãos da falta de tempo
Abandonados pelo seu dono
Já não tinham a quem servi

Quase chorando sentei-me
Sobre o assoalho envernizado
Folheando as páginas brancas
Atônito, descobrir que não haviam letras
Foram embora para bem longe

Foi o que me dissera a borboleta
Antes de fugir com a esperança
As únicas figuras que restavam
Entre aquelas páginas desérticas
Num passe de mágica
Entre um malgrado descuido voaram
Cantando e celebrando "bem-te-vi"...
Nunca mais voltaram

L🐅D
Leopardo Dom

quinta-feira, 9 de junho de 2016

CHUPETA



Meu bebê
Que linda
É sua chupeta
Lilás amarela
Posso chupar?

Nesse belo
Manequim vermelho
Que tu vestes
Essa nova moda vai pegar

Fará muito sucesso
Será por todos seguida
Sua fama logo vai voar
Sem fronteira

Dirão:
Vem bebê
Abre as pernas
Quero ver
Sua bucetinha
Escancarada
Para melhor apreciar

Deixa chupar
Essa tua chupeta
Quentinha
Senão papa
Vai chorar

Mas, as meninas
Dirão mentiras
Temperadas de ciúmes
Por não terem chupeta
E não serem manequins

L🐅D
Leopardo Dom