O Homem Comum (egoísta)
Tudo nela era insubordinação
Tudo nela era fragmento do apelo
A entidade hedonista nela incorporou
Se alojando em teus poros e entranhas
E assim acordou, estranha...
Olhos esbugalhados, frenética
Cútis avermelhada, suada
A mente satanizada pela perversão
Palavras nunca antes reveladas
Eram ditas com desenvoltura
Sussurrou bem alto para as paredes
Que adoravam assistir a fêmea indócil
E ouvi-la possessa se esvaziar
Gostavam daquela desvairada
Que sempre gozava insatisfeita
E eram testemunhas da "covardia" do marido
Aquele homem impávido, calado
Em estado de letargia, não compreendia
Nunca soube o que fazer para atender
Os apelos daquela criatura, sempre fiel
Sempre pensava: dou comida, sexo e casa
Ingrata essa indomável mulher
Sou trabalhador honesto...
Que mais poderia oferecer...
Além de conforto à sua pobre gazela?
Frente a tal problemática insolúvel
Levada pela irracionalidade de sua alma
Que conflitava com a razão de seu ser
Se abriu inteira aos seus devaneios
Ao doutrinário pecado se entregou
Se rendendo ao deus das coisas proibidas
Chegou mesmo a ter pena daquele coitado
Teve sudurose noturna, remorso
Entre a culpa e a felicidade
Resolveu não ser juíza de seus atos
Saindo da escuridão fez-se livre
Na solidão encontrou a liberdade
Na liberdade a servidão
Na servidão a libertinagem
Nela mergulhou na obscuridade
Desmascarando a hipocrisia
E sabotando leis machistas da sociedade
Leopardo Dom
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