LEOPARDO DOM

Espaço reservado a tutoriais e poemas eróticos com a temática do Bdsm

terça-feira, 12 de abril de 2016

PASSOS DA DOMINAÇÃO



Ainda creio que dominar seja algo para além de dar ordens. É algo que se faz com perfeição quando a ordem não precisa ser totalmente explicita e expressada. Quanto mais sutil for maior tende ser os efeitos que se deseja alcançar com a dominação concedida.
Há varias técnicas, devidamente comprovadas, para quem deseje se tornar um dominador ou melhorar a performa.

Contudo, o manejo de certas técnicas, guarda sua complexidade e grau de dificuldade, nem sempre requer um aprendizado vindo de fora (ensinamento) bastando a vocação que muitos trazem consigo. Talvez por isso, no BDSM, tais pessoas sejam denominadas, genericamente, de DOM.

Em contrapartida, alguns dominam não por trazerem consigo tal vocação, mas, por desenvolverem a prática da dominação pelos estudos do BDSM. Logo, quanto mais dedicado e disciplinado forem tendem a ter maior e melhor resultado, vez outra superando em qualidade o dom nato.

Logicamente, que ser dominador é algo que para alguns, estudar acaba sendo mais um detalhe, determinante quando o objetivo maior é ser praticante do BDSM. Com a devida ressalva e esclarecimento, diferente de uma relação baunilha, onde a boa qualidade é uma coisa relativa, nem todos que são um dominador no contexto convencional nasceu para as práticas do BDSM, ou seja, não tem vocação para ser dom, por mais que estude e se dedique. Não raro essas discussões permeiam as queixas e constatação das subs e submissas dessa dura realidade.

Por outro lado, acho que ser sub é algo mais delicado.
Não resta dúvida que numa sociedade machista, onde há toda uma educação social que influência pensar que a submissa às práticas do BDSM poderá ser qualquer uma que fantasie e se imagine sendo usada ou abusada, é tão comum que tem determinado, nos dias de hoje, o conflito de idetidade: quem é verdadeiramente sub?

Tal questão reforça o modismo glamoroso despertado pelo do filme Cinquenta Tons de Cinza, (e respectivas variações desse tipo literatura), amplamente tonificada pelas redes sociais. Algo mudou no BDSM?
Parece que a sub, assim como o dom hoje em dia surfa na ideia do facilitalismo, renegando os valores basilares do BDSM e de suas práticas, onde a liguargem, a liturgia, as sessões, entre tantas outras práticas relativizadas.

Ultimamente, assiste-se alguns debates sobre a falta de identidade dos dons e subs, que têm procurado viver o BDSM a moda baunilha, tal percepção tem levado muitos paraticantes do BDSM a seguir outros caminhos diversos. És o que entre as diferentes realidades tem sobresaido a submissão veiculada aos valores do machismo e baunilha.

Apesar da confusão, sub no BDSM não é a mesma "Amélia" historicamente concebida e mulher idealizada pelo machismo, onde ela se sujeita a uma relação de submissão baunilha, muitas vezes pautada em algum tipo de sentimento familiar, e, sobretudo, prisioneira do sexo como espirito de realização e fatisfação carnal.

No entanto, ao contrário, uma sub propriamente que vive ou quer viver uma relação BDSM não deve perseguir o sexo como única justificatica para a sua submissão. Além deverá ter algumas qualidades natas ou adqueridas, tais como, auto-estima, amor próprio, autonomia e independência, o dever de conhecer as premissas e os verdadeiros princípios do BDSM.

BDSM não é um aventureirismo sem propósito e sem pilares. Posto isso, creio que ao Dom caberá a tarefa maior de ajudá-la a moldar o seu "caráter" de sub conforme suas expectativas, sem contudo transigir os pilares sagrados do BDSM, sem confundir sexo e BDSM, fetichismo e BDSM.

Creio ser o BDSM uma relação de vários estágios, estes, em sua maioria, são pautado num ambiente litúrgico, ou seja, regras que devem ser seguidas, como: o consenso, a negociação, o "paqueramento", entre muitas outras, decorrentes da fase posterior ao consentimento.  A sub deve ter autonomia para definir o momento de torna-se submissa de alguma dominação e para escolher consciente a quem se entregará e independência para fazer de sua entrega uma caminhada sem pressa, sem mentiras, bem negociada e objetivamente definida.

Não raro a negociação é feita no ambiente de muita sedução, instrumento que se bem manejado ou manipulado pelo dom (ou sub) funciona como hipnose, acelerador da conquista (subjulgação psicológica). muitas vezes, impedindo que a sub (ou o dom) veja os defeitos ou as incompatibilidades da relação. Não raro após a aceitação e o encoleramento a aura hipnótica da lugar a realidade, algumas desagradáveis.

A negociação é uma ação delicada, pode ser de um dia a um ano, o que realmente, definirá o seu sucesso é a sub ter consciência do que quer e do que busca, do contrário pode representar muitas dores de cabeça, não menos para os dons descuidados. Clui-se ser a negociação uma fase de extrema importância para ajudar na solidez de uma boa (e talvez) relação BDSM.

Por tudo isso, creio que quem possui o "dom" para a prática do BDSM tem que ter qualidades intrínsecas à dominação, aprofundada com o estudo (leituras avulsas ou sistémáticas), mas, aqueles que não nascem com essa vocação, mas deseja ser um praticante do BDSM, deverá procurar estudar com responsabilidade, apredendo a dominar para bom exercício e valorização do BDSM.



Leopardo Dom

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